Um som intermitente que incomoda 28 milhões de brasileiros. Estamos falando do zumbido, ou "tinitus", cujos casos mais graves levam a depressão. Mas, por mais incrível que pareça, muitos casos tem cura.

Postado em 17/01/2011

Imagine ouvir durante o dia inteiro um pernilongo te incomodando. E, à noite, no momento de dormir, o zunido do pernilongo aumenta terrivelmente, perturbando o início do momento de repouso e piorando, cada vez mais, quanto mais diminuírem os sons externos. "E são vários tipos de zumbido - uns se assemelham com apitos de fábrica, outros com o chiado de panela de pressão, pingos de água em uma torneira que nunca fecha, entre centenas de sons", diz Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde - OMS -, o "tinitus" como é conhecido na comunidade científica internacional - aflige 278 milhões de pessoas no mundo inteiro. "No Brasil, são 28 milhões que convivem com o zumbido e as causas são várias, podendo vir de outras doenças ou não", explica o professor responsável pela Disciplina de Otorrinolaringologia do HC-FMUSP em entrevista concedida ao portal Globo.com. "Há várias causas, mas caso o paciente tenha um trabalho que o submeta a ouvir em decibéis acima do normal - construção civil, trabalhe no metrô, entre outros - a própria poluição sonora do trabalho auxilia o aparecimento do tinitus. O que é necessário, sempre, é o cuidado com o paciente que, por causa do zumbido extremo e ininterrupto pode vir a ter depressão, sofrer com a rotina profissional e há, inclusive, casos de suicídio", esclarece Prof. Ricardo. Tratamento e cura Segundo Prof. Ricardo, o que não se pode é desistir. "O paciente precisa saber que sempre há algo a ser feito. E é preciso entender que uma pequena parcela das pessoas que vivem com zumbido escuta dentro da perda de audição. O zumbido nunca é a causa da perda da audição, pode ser apenas uma conseqüência, a tentativa do ouvido em compensar o problema", continua Bento. Há cuidados que são indicados no tratamento do zumbido. "Usar protetor auditivo individual, diminuir o tempo de exposição a ruído intenso ou afastar-se completamente do barulho são algumas recomendações de tratamento do zumbido. Mas, se o zumbido for extremo, são necessários exames metabólicos e de imagem para que seja escolhido o procedimento correto no tratamento do paciente", finaliza ele. Leia mais no LINK