Poluição é maior causa de rinites

Tese de doutorado comprova

Postado em 13/12/2005



Foi defendida no dia 18 de Novembro, na Faculdade de Medicina da USP, tese de doutorado, cujo resultado mostrou que a poluição atmosférica ´[e a principal causa de rinite alérgica em São Paulo.
A idéia contraria o senso comum de que variação na temperatura e na umidade do ar são os principais fatores desencadeantes da rinite. Isso não quer dizer que não tenham influência, e sim que os poluentes são muito mais agressivos para a mucosa nasal.

A tese, desenvolvida pela Dra. Fabiana Maia Nobre Rocha, estudou 40 pacientes na cidade de São Paulo, 20 deles com rinite e 20 saudáveis. Foram feitas coletas de secreções em quatro ocasiões ao longo do ano.

De acordo com a otorrinolaringologista, a escolha pelo tema da tese se deve ao fato de ser um “atual, de bastante interesse nos dias de hoje, onde observamos cada vez mais problemas de saúde relacionados à poluição”.

Sobre os resultados, Rocha afirma que “ao contrário do que esperávamos, a temperatura e umidade relativa do ar não interferiram, com números estatisticamente significantes, na citologia nasal dos pacientes com rinite alérgica e indivíduos normais”.

Segundo o orientador da tese, Prof. Dr. João Ferreira de Mello, “tanto os pacientes alérgicos quanto os do grupo controle foram sensíveis a diversos poluentes, porém para os alérgicos o material particulado (fuligem) foi o mais agressivo, enquanto, no outro grupo, o ozônio mostrou-se muito mais deletério”.

Dentre os poluentes, apontados como uma das causas do aumento dos sintomas da rinite, o que mais causa irritação é o material particulado, PM10, composto essencialmente por fuligem de escapamentos e chaminés de fábricas.


ESTAÇÕES DO ANO
Como o clima paulistano é claramente dividido em quatro estações, um outro conhecimento popular pôde ser comprovado: o de que no inverno aumentam as doenças respiratórias. No inverno, aumenta a concentração de poluentes no ar, provocando o aumento das secreções e das reações alérgicas, como espirro. Por isso o ideal é a prevenção desde o fim do outono.

Sobre a profilaxia, Rocha diz que “o melhor é evitar o contato com os poluentes, mas como isso não é possível,existem maneiras de amenizar o problema. Uma das mais eficazes é a lavagem nasal com soro fisiológico regularmente, pois diminui bastante o contato dos poluentes e irritantes na mucosa nasal. O uso de medicações anti-alérgicas também é indicada de forma profilática em pacientes alérgicos”, conclui.