Carnaval e Surdez

Fundação Otorrinolaringologia avalia os testes realizados nos componentes da bateria da escola de samba Vai-vai

Postado em 07/04/2003


Semanas antes do Carnaval a Fundação Otorrinolaringologia realizou um estudo sobre as conseqüências da exposição ao ruído em integrantes da bateria da escola de samba Vai-vai. O objetivo do estudo era avaliar quantitativamente o ruído a que essas pessoas estão submetidas e, através de exames otorrinolaringológicos e testes audiométricos, avaliar se há perda auditiva ou não.

Os testes foram realizados na quadra da própria escola de samba, com a ajuda do trabalho voluntário de médicos assistentes do Hospital das Clínicas de São Paulo, fonoaudiólogas e empresas de próteses auditivas (Audibel-Phillips, GN Danavox, Oto Sonic-Bernafon, Phonak-Televox e Oticon Telex) que cederam cabines e aparelhos de última geração para as audiometrias.

Depois de responder um questionário sobre suas atividades profissionais e de lazer, os integrantes da bateria passaram pelo exame otorrinolaringológico. Em seguida passaram por duas audiometrias em cabines acústicas, uma antes e outras imediatamente após o ensaio.

Queixas como: "Eu escuto, mas não entendo", "zumbido imediatamente após o ensaio com permanência de 15 minutos até horas", "sensação de ouvido tapado" foram referidas no questionário. Tais sintomas, que aparecem logo após os ensaios, são resultado de perturbações que acontecem nas células da cóclea (órgão responsável pela audição) e são reversíveis nas primeiras exposições, mas com o passar dos anos essas alterações podem tornar-se irreversíveis, afirma a Dra. Mara Gândara.

Durante o ensaio o ruído da bateria e a exposição foram avaliados com decibelímetro pelos técnicos do Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho do Hospital das Clínicas de São Paulo (SAMS) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A intensidade do ruído detectado variou de 102 a 114 dB (decibéis). Os Limites de Tolerância fixados nas Normas de Segurança do Trabalho em nosso país são de 85 dB para uma exposição de 8h diárias.

São realizados três ensaios por semana, com duração de 2h30 cada ensaio, durante 5 meses, segundo o mestre de bateria da escola. Nestas condições pode ocorrer comprometimento da audição, e se, associados a outras exposições, como trabalhos em locais barulhentos, poderão existir alterações da audição em decorrência da exposição ao ruído.

Na avaliação, a equipe médica da Fundação Otorrinolaringologia encontrou 39,6% de alterações auditivas (com audiometrias compatíveis com perdas auditivas induzidas pelo ruído), mas não relaciona esses achados somente com o ruído da bateria, pois grande número dos integrantes desenvolve trabalhos em ambiente ruidosos, e ainda exposição durante o lazer.

Frente a esses resultados a Fundação Otorrinolaringologia adverte que a surdez causada pelo ruído pode ser evitada e as medidas preventivas devem ser tomadas, principalmente quanto ao uso do E.P.I. (Equipamento de Proteção Individual) durante os ensaios e controle audiométrico periódico, completa o Dr. Sérgio Garbi.
Semanas antes do Carnaval a Fundação Otorrinolaringologia realizou um estudo sobre as conseqüências da exposição ao ruído em integrantes da bateria da escola de samba Vai-vai. O objetivo do estudo era avaliar quantitativamente o ruído a que essas pessoas estão submetidas e, através de exames otorrinolaringológicos e testes audiométricos, avaliar se há perda auditiva ou não.

Os testes foram realizados na quadra da própria escola de samba, com a ajuda do trabalho voluntário de médicos assistentes do Hospital das Clínicas de São Paulo, fonoaudiólogas e empresas de próteses auditivas (Audibel-Phillips, GN Danavox, Oto Sonic-Bernafon, Phonak-Televox e Oticon Telex) que cederam cabines e aparelhos de última geração para as audiometrias.

Depois de responder um questionário sobre suas atividades profissionais e de lazer, os integrantes da bateria passaram pelo exame otorrinolaringológico. Em seguida passaram por duas audiometrias em cabines acústicas, uma antes e outras imediatamente após o ensaio.

Queixas como: "Eu escuto, mas não entendo", "zumbido imediatamente após o ensaio com permanência de 15 minutos até horas", "sensação de ouvido tapado" foram referidas no questionário. Tais sintomas, que aparecem logo após os ensaios, são resultado de perturbações que acontecem nas células da cóclea (órgão responsável pela audição) e são reversíveis nas primeiras exposições, mas com o passar dos anos essas alterações podem tornar-se irreversíveis, afirma a Dra. Mara Gândara.

Durante o ensaio o ruído da bateria e a exposição foram avaliados com decibelímetro pelos técnicos do Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho do Hospital das Clínicas de São Paulo (SAMS) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A intensidade do ruído detectado variou de 102 a 114 dB (decibéis). Os Limites de Tolerância fixados nas Normas de Segurança do Trabalho em nosso país são de 85 dB para uma exposição de 8h diárias.

São realizados três ensaios por semana, com duração de 2h30 cada ensaio, durante 5 meses, segundo o mestre de bateria da escola. Nestas condições pode ocorrer comprometimento da audição, e se, associados a outras exposições, como trabalhos em locais barulhentos, poderão existir alterações da audição em decorrência da exposição ao ruído.

Na avaliação, a equipe médica da Fundação Otorrinolaringologia encontrou 39,6% de alterações auditivas (com audiometrias compatíveis com perdas auditivas induzidas pelo ruído), mas não relaciona esses achados somente com o ruído da bateria, pois grande número dos integrantes desenvolve trabalhos em ambiente ruidosos, e ainda exposição durante o lazer.

Frente a esses resultados a Fundação Otorrinolaringologia adverte que a surdez causada pelo ruído pode ser evitada e as medidas preventivas devem ser tomadas, principalmente quanto ao uso do E.P.I. (Equipamento de Proteção Individual) durante os ensaios e controle audiométrico periódico, completa o Dr. Sérgio Garbi.