Idosos recebem doação de aparelhos auditivos

A entrega será feita durante o 3º Congresso de Otorrinolaringologia da USP

Postado em 04/08/2003


O Programa "Reouvir - o despertar da terceira-idade" completa, com sucesso, mais uma etapa e auxilia grupo de idosos a enfrentar o problema da perda da audição. No dia 7 de agosto, dezenove pacientes receberão a doação de aparelhos auditivos. A entrega será feita às 18h30, durante o 3º Congresso de Otorrinolaringologia da USP, em reunião com os coordenadores regionais do Programa, no Centro de Convenções Rebouças.

Os idosos fazem parte do GAMIA (Grupo de Apoio Multidisciplinar ao Idoso Ambulatorial) do Hospital das Clínicas e são a primeira turma a cumprir as três fases do Programa Reouvir: conscientização, diagnóstico e protetização. Eles passaram por palestras, exames otorrinolaringológicos, entrevista com assistente social e avaliação psicológica. E, nas últimas semanas, fizeram seleção e experiência domiciliar, para, finalmente, escolher o aparelho que lhes oferece o melhor ganho auditivo. Agora receberão a doação, graças ao apoio do laboratório ABBOTT.

O Programa Reouvir é um projeto de âmbito nacional. Portanto, esta experiência pioneira será repassada para os coordenadores do programa nos outros estados, para que a tecnologia desenvolvida pela Fundação Otorrinolaringologia na abordagem e tratamento da presbiacusia seja multiplicada e reaplicada em outros lugares do país.

Na reunião, a Dra. Mara Gândara, coordenadora do programa, vai compartilhar as experiências que idosos tiveram com os aparelhos auditivos. Thereza Passo, 83 anos, fala que recuperou o entusiasmo em viver: "Muitas vezes eu me sentia humilhada porque eu não ouvia. É muito constrangedor ficar pedindo para as pessoas repetirem o que falam. Tinha a impressão de ser um peso na vida da minha família." Ela conta também que a perda auditiva agravou seu quadro de depressão, começou a falar menos e a se isolar do convívio social. O aparelho a ajudou a melhorar a comunicação e o relacionamento com a família.

A surdez decorrente do envelhecimento, a presbiacusia, é lenta e progressiva. Pode iniciar mesmo antes dos 60 anos e estima-se que 45% das pessoas com mais de 75 anos tenham comprometimento da capacidade de comunicação. Este fato é extremamente problemático na vida dos idosos, pois não são poucos aqueles que mantém alguma atividade sócio-laborativa, contribuindo para a renda da família.

Juracy da Silva é costureira, e se queixava de ter dificuldades em atender seus clientes. "Era quase impossível conversava com as pessoas pelo telefone, não ouvia nem o som da campainha" desabafa. A mesma queixa tinha Maria Steban Cáceres, 80 anos, revendedora de produtos de beleza. "Tinha muita dificuldade para fazer o pedido dos produtos por telefone".

Após receberem as próteses, os pacientes continuarão sendo acompanhados, pelo médico otorrinolaringologista, pelo geriatra, pela fonoaudióloga e pela psicóloga. "É de fundamental importância o acompanhamento do paciente protetizado, principalmente o paciente idoso, para ajudá-lo no esclarecimento de qualquer dificuldade na adaptação do aparelho, evitando assim, o abandono do seu uso" afirma a Dra. Mara Gândara.

Outra questão que preocupa muito os idosos, ou mesmo qualquer pessoa que tenha que usar a prótese auditiva é o preconceito com a imagem negativa do aparelho, pois com ele a surdez torna-se visível. "Por vaidade, não queria usar a prótese. Tinha receio de me chamarem de surdinho. Mas hoje em dia as próteses são discretas. Não fica mais aquele violão atrás da orelha", afirma Abinel Gonçalves, 76 anos. Pelo menos a questão da vaidade parece que essa turma tira de letra. "A gente não usa dentadura, óculos, marcapasso? Temos é que ter orgulho de usar o aparelho. No final das contas, o que importa é que melhorou minha qualidade de vida" garante Afonso Pace, 81 anos.

Uma única queixa parece que ainda persiste. Dona Juracy revela que os cavalheiros, nos bailes da terceira-idade, infelizmente, ainda discriminam as damas que usam aparelho auditivo. Sinal de que o programa "Reouvir" tem muito ainda a fazer para vencer os preconceitos e conscientizar sobre a importância da audição na terceira-idade.
O Programa "Reouvir - o despertar da terceira-idade" completa, com sucesso, mais uma etapa e auxilia grupo de idosos a enfrentar o problema da perda da audição. No dia 7 de agosto, dezenove pacientes receberão a doação de aparelhos auditivos. A entrega será feita às 18h30, durante o 3º Congresso de Otorrinolaringologia da USP, em reunião com os coordenadores regionais do Programa, no Centro de Convenções Rebouças.

Os idosos fazem parte do GAMIA (Grupo de Apoio Multidisciplinar ao Idoso Ambulatorial) do Hospital das Clínicas e são a primeira turma a cumprir as três fases do Programa Reouvir: conscientização, diagnóstico e protetização. Eles passaram por palestras, exames otorrinolaringológicos, entrevista com assistente social e avaliação psicológica. E, nas últimas semanas, fizeram seleção e experiência domiciliar, para, finalmente, escolher o aparelho que lhes oferece o melhor ganho auditivo. Agora receberão a doação, graças ao apoio do laboratório ABBOTT.

O Programa Reouvir é um projeto de âmbito nacional. Portanto, esta experiência pioneira será repassada para os coordenadores do programa nos outros estados, para que a tecnologia desenvolvida pela Fundação Otorrinolaringologia na abordagem e tratamento da presbiacusia seja multiplicada e reaplicada em outros lugares do país.

Na reunião, a Dra. Mara Gândara, coordenadora do programa, vai compartilhar as experiências que idosos tiveram com os aparelhos auditivos. Thereza Passo, 83 anos, fala que recuperou o entusiasmo em viver: "Muitas vezes eu me sentia humilhada porque eu não ouvia. É muito constrangedor ficar pedindo para as pessoas repetirem o que falam. Tinha a impressão de ser um peso na vida da minha família." Ela conta também que a perda auditiva agravou seu quadro de depressão, começou a falar menos e a se isolar do convívio social. O aparelho a ajudou a melhorar a comunicação e o relacionamento com a família.

A surdez decorrente do envelhecimento, a presbiacusia, é lenta e progressiva. Pode iniciar mesmo antes dos 60 anos e estima-se que 45% das pessoas com mais de 75 anos tenham comprometimento da capacidade de comunicação. Este fato é extremamente problemático na vida dos idosos, pois não são poucos aqueles que mantém alguma atividade sócio-laborativa, contribuindo para a renda da família.

Juracy da Silva é costureira, e se queixava de ter dificuldades em atender seus clientes. "Era quase impossível conversava com as pessoas pelo telefone, não ouvia nem o som da campainha" desabafa. A mesma queixa tinha Maria Steban Cáceres, 80 anos, revendedora de produtos de beleza. "Tinha muita dificuldade para fazer o pedido dos produtos por telefone".

Após receberem as próteses, os pacientes continuarão sendo acompanhados, pelo médico otorrinolaringologista, pelo geriatra, pela fonoaudióloga e pela psicóloga. "É de fundamental importância o acompanhamento do paciente protetizado, principalmente o paciente idoso, para ajudá-lo no esclarecimento de qualquer dificuldade na adaptação do aparelho, evitando assim, o abandono do seu uso" afirma a Dra. Mara Gândara.

Outra questão que preocupa muito os idosos, ou mesmo qualquer pessoa que tenha que usar a prótese auditiva é o preconceito com a imagem negativa do aparelho, pois com ele a surdez torna-se visível. "Por vaidade, não queria usar a prótese. Tinha receio de me chamarem de surdinho. Mas hoje em dia as próteses são discretas. Não fica mais aquele violão atrás da orelha", afirma Abinel Gonçalves, 76 anos. Pelo menos a questão da vaidade parece que essa turma tira de letra. "A gente não usa dentadura, óculos, marcapasso? Temos é que ter orgulho de usar o aparelho. No final das contas, o que importa é que melhorou minha qualidade de vida" garante Afonso Pace, 81 anos.

Uma única queixa parece que ainda persiste. Dona Juracy revela que os cavalheiros, nos bailes da terceira-idade, infelizmente, ainda discriminam as damas que usam aparelho auditivo. Sina