PERFIL MÊS: FONOAUDIÓLOGA DRA. ISABELA DE SOUZA JARDIM

Isabela de Souza Jardim viu desde a infância, o cuidado de seus pais em proporcionaremo cuidado com a educação e prática de esportes em Goiânia, GO, cidade onde nasceu e cresceu


06/02/2014

Filha do meio de uma família composta por cinco pessoas, Isabela de Souza Jardim viu desde a infância, o cuidado de seus pais em proporcionarem o cuidado com a educação e prática de esportes em Goiânia, GO, cidade onde nasceu e cresceu. "A educação, em casa, sempre foi prioridade. Minha família, de classe média sempre acreditou que a base de uma pessoa vem de uma boa educação, esporte, mas, acima de tudo, da união familiar. E foi essa soma que me tornou uma pessoa determinada que luta pelo que acredita, na vida pessoal e profissional", diz Isabela de Souza Jardim, hoje, a responsável pelo Centro de Audiologia da Fundação Otorrinolaringologia e uma das organizadoras do Congresso da Fundação Otorrinolaringologia na sua especialidade.

No último ano do colegial, atual ensino médio, Isabela quis fazer fonoaudiologia. E como era um curso ainda novo, prestou vestibular para odontologia, nutrição e fonoaudiologia. Passou nos três. Chegou a fazer, simultaneamente, dois cursos e após um pedido de seu pai para que escolhesse fazer apenas um curso por vez, decidiu continuar no que mais gostava, a fonoaudiologia. "Já no primeiro ano de faculdade, sabia que gostaria de trabalhar com a parte de ouvido. Tinha uma atenção especial nessa área e desde o primeiro ano, frequentei aulas básicas de anatomia e fisiologia, com a certeza de que gostaria de trabalhar com o diagnóstico e intervenção auditiva. No último ano, tornei-me monitora nas áreas de audiologia e motricidade oral. Poucos meses após o término da faculdade já estava completamente focada na área de Audiologia", lembra.

Quando terminou a faculdade, em 1996, teve contato com a fonoaudióloga Monica Chapchap, que estava introduzindo a triagem auditiva neonatal no Brasil e passou a vir para São Paulo para participar de reuniões e formação do GATANU - Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal. "Acabei pertencendo ao grupo de fundadores do GATANU e tive a oportunidade de conhecer grandes nomes na área e me apaixonar cada vez mais pela área científica, período em que conheci os cursos de curta duração da disciplina de otorrinolaringologia do HC-FMUSP. Especializei-me em audiologia, mas como queria trabalhar com próteses auditivas e ainda não havia tantos cursos que ofereciam ambulatórios para o atendimento, aumentei a frequência de participação em congressos e cursos", diz a fonoaudióloga.

A paixão pela prótese auditiva mexeu com Isabela e para aprimorar o atendimento de pessoas portadoras de perda de audição nesta área, Isabela deixou o conforto da família e mudou-se para São Paulo. Após o término da especialização, fez o mestrado no Departamento de Fisiopatologia da FMUSP e quando pensou em voltar para Goiânia, conheceu o Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento e a Fundação Otorrinolaringologia. "Fiquei e parti para o doutorado! Era o início de um novo desafio, a possibilidade de estruturar o Centro de Audiologia e estudar, juntamente com a equipe, uma prótese auditiva genérica como opção ao portador de perda auditiva conciliando ensino, pesquisa e atendimento ambulatorial, uma experiência única para minha vida profissional", diz ela.

Emoção sempre
Isabela conta que apesar dos 17 anos de formada, a rotina de atendimento não entra em marasmo. "Cada caso de paciente finalizado utilizando uma prótese auditiva para contribuir na melhora de sua qualidade de vida, me faz vibrar muito. Pais vendo seus filhos se desenvolverem, como o caso de uma criança que, com apenas seis meses idade, usando prótese auditiva, vibrava de felicidade, demostrando ouvir o mundo a sua volta, me dá a certeza que estou na profissão certa e que preciso aprender sempre mais", continua.

Sua rotina é bastante cheia - são de oito a dez horas diárias - coordena e atende no Centro de Audiologia, juntamente com uma equipe engajada e extremamente comprometida -, realiza pesquisas de orelha média, organiza a parte de fonoaudiologia do Congresso da Fundação Otorrinolaringologia juntamente com suas colegas, prepara cursos de curta duração na área de audiologia e áreas correlatas que abordem próteses auditivas, participa de cursos e congressos nacionais e internacionais. Atualmente, também faz pesquisas dos aspectos audiológicos das próteses cirurgicamente implantáveis de orelha média que estão em processo de estudo e as já registradas que devem seguir o mesmo conceito. Possui trabalhos publicados, capítulos de livro já escritos e pretende, no decorrer desse ano, incluí-los em publicações internacionais.

"Acho que já evoluímos muito na área de audiologia, com tecnologia e aprimoramento de atendimento, mas temos bastante trabalho para desenvolver e aprender. E transferir conhecimentos!", comenta.

Com tanto trabalho, Isabela ainda dá conta da vida familiar. "É um constante desafio equilibrar a vida profissional com a familiar porque sinto muito paixão em tudo o que faço. Mas sou uma mãe coruja e, hoje, meu hobby é ver meu filho crescer, convivendo ao máximo com ele e meu marido, que me apoia muito. E, quando consigo, faço atividades aquáticas como a natação. Tenho planos para voltar a pedalar outdoor, esporte que gosto e praticava com meu marido", diz.

Fundação Otorrinolaringologia
Entre todas as atividades que tem, Isabela gosta de se envolver cada vez mais com as atividades da Fundação Otorrinolaringologia. "A FO veio de encontro ao que chamo de trabalho de seleção e indicação de próteses auditivas conscientes - trabalhar usando tecnologia de última geração procurando sempre fazer o melhor pelo paciente. Hoje, o Centro de Audiologia está com sete anos e, no ano passado, já trocamos todos os equipamentos de diagnóstico e verificação de próteses auditivas para os de última geração. Em abril, começa o Primeiro Curso de Próteses Auditivas da FO, com módulos presenciais e, via web, na tentativa de trocarmos experiências com grupos que têm dificuldade de acesso a São Paulo", informa.

E finaliza: "É um privilégio trabalhar com uma equipe premiada no mundo todo, com pessoas que fazem a diferença. A abertura da diretoria para projetos inovadores faz com que toda a equipe queira sempre dar de si o seu o melhor e querer melhorar, aprendendo em todos os lugares que vamos. É um grande prazer fazer parte dessa equipe".