"Minha mãe, Graciete, é pedagoga e meu pai, Ivanildo, dentista militar. Brincávamos o dia inteiro, éramos - e somos - uma família muito harmônica", diz ele.
Ítalo sofreu com muitas amigdalites durante a infância. E o sonho de seu pai em ter um filho médico acabou ganhando um aliado, o otorrinolaringologista Dr. Abraão. "Achava fantástico ser examinado com o espelho de Glatzel! Até que o médico operou e tirou as minhas amigdalas! Acho que a minha escolha pela especialização nasceu nessa época", comentou.
Desde criança, Dr. Ítalo Roberto Torres de Medeiros foi um aluno bastante dedicado. "Quando eu era pequeno, queria ser embaixador. Achava muito bacana o contato com as pessoas, a dedicação em resolver problemas. E sempre fui viciado em cultura. Tudo o que estava relacionado a ganhar cultura - livros, teatro, viagens - fazia parte da minha rotina. A escolha da Medicina, com certeza, fincou raízes nessa parte de me relacionar com pessoas. O Colégio Militar, onde estudei, exigia muito de seus alunos. E, como gostava de estudar, a escolha da escola foi essencial para meu aprendizado", continua o médico.
Segundo ele, o colégio era muito rígido e estimulava os alunos a terem muitas responsabilidades, compromissos e correr atrás do que queriam. Esses três fatores, fizeram com que o otorrinolaringologista prestasse vestibular no primeiro, segundo e terceiro ano do colegial - atual ensino médio - para Medicina na Universidade Federal de Pernambuco. E passou nos três. "Meu pai, logo no primeiro ano, quis entrar com um pedido judicial para que eu frequentasse a faculdade. Minha mãe, pedagoga, foi contra afirmando que eu deveria ter maturidade para vivenciar melhor meus estudos. E eu continuei no colegial, prestando, a cada final de ano, o vestibular para Medicina", diz Ítalo.
Um dos passeios que mais marcou Ítalo Medeiros, nessa época, foi na residência, que aconteceu em 1996. "Fomos ao super árido e vivenciei, de maneira real, como era atender - e cuidar - dos pacientes. Me emociono só em lembrar", continua.
Hospital das Clínicas
Quando terminou a faculdade, veio se especializar em São Paulo. E inscreveu-se em todos as universidades para conseguir uma vaga. O primeiro que prestou, na USP - Ribeirão, foi o quarto colocado. E só tinham três vagas. "Fiquei bem decepcionado, na época. Mas, como sempre fui positivista ao extremo, pensei - Deus vai escolher um lugar bom para mim. E voltei aos livros para tentar ingressar nos próximos. Fiz o exame do Hospital do Servidor, da Santa Casa e do Hospital das Clínicas. E fiquei no que mais me identifiquei", diz ele.
Nos três anos de residência, Dr. Ítalo Medeiros descobriu a Otoneurologia, que estava começando. E se encantou com a especialidade. "A simbologia do equilíbrio sempre foi muito forte para mim. É uma filosofia que rege o meu caminho, junto com a priorização do coração, da mente e da saúde. Então, comecei a me envolver e passei a estudar cada vez mais", comenta.
Depois da residência, fez estágio na Clínica Mayo, nos Estados Unidos. "Nunca tive vontade de morar fora do Brasil. Quando estive lá, vi que o que fazíamos aqui era tão bom quanto o que era feito lá fora. E assim, voltei e me preparei para continuar o meu trabalho no meu país", diz ele. Seu trabalho é reconhecido dentro de todas as áreas da ORL USP. Convidado a ministrar palestras sobre vertigem no Brasil todo, é um dos responsáveis pelos temas escolhidos sobre Otoneurologia nos Congressos da Fundação Otorrinolaringologia e em cursos promovidos durante o ano.
"Meu doutorado defendi em 2.003 - Avaliação Clínica e Posturográfica do Tratamento das Afecções Vestibulares Periféricas na Infância Pela Reabilitação Vestibular, aqui na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. E, desde 2009, sou diretor do Ambulatório de Otoneurologia. Fica sob minha responsabilidade direcionar todas as questões dos pacientes, as relações dos médicos, colaboradores, ajustes de agenda, infraestrutura do ambulatório, férias, entre outras atividades", diz ele.
Para realizar esse trabalho, Dr. Ítalo Medeiros dedica, diariamente, 6 horas por dia. "Ainda faço parte do Núcleo de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas e atendo, no meu consultório, diariamente, além de organizar os congressos e cursos da FO", comenta.
Teatro e viagens
Mesmo com a agenda lotada, o otorrinolaringologista ainda fez um curso de teatro na Escola Macunaíma, em São Paulo e vai ao teatro todos os finais de semana. "O meu hobby é cultura e tudo que é ligado a ela. Nesse final de semana, por exemplo, visitei a Bienal de São Paulo. Não me canso de ir à Pinacoteca, às galerias de arte paulistanas e de viajar para descobrir a cultura de onde vou. Minha meta é conhecer uma cidade, ou parte de um país novo por ano", continua.
Por causa desse objetivo, Ítalo já viajou para a Índia, Marrocos, Jordânia, Israel, Turquia, Dubai e, nesse ano, vai à Cuba. "Eu gosto de conhecer culturas diferentes e aprender com cada uma delas. É uma maneira de reforçar o meu otimismo e a minha estranha mania de ter fé na vida!", finaliza Ítalo.
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