PERFIL MÊS: FONOAUDIÓLOGA ANA TEREZA MATOS MAGALHÃES

Nascida em João Pessoa, em 10 de Outubro de 1981, a Fonoaudióloga Ana Tereza Matos Magalhães Teve Uma Infância Feliz Junto do Irmão Mais Novo, Hélio, Primos, Junto da Bisavó Materna Lalia com Tardes Repletas de Brincadeiras.


13/01/2015

Nascida em João Pessoa, em 10 de outubro de 1981, a fonoaudióloga Ana Tereza Matos Magalhães teve uma infância feliz junto do irmão mais novo, Hélio, primos, junto da bisavó materna Lalia com tardes repletas de brincadeiras. "Ela tinha um quintal mágico. Eu era a mais velha, então, inventava o que íamos brincar. E podia ser de esconde-esconde, andar de bicicleta, subir em árvore para comer pitanga apanhada na hora ou fazer piqueniques. Até uma peça de teatro, nós montamos. Quando entrei na adolescência, minha mãe resolveu mudar para São Paulo para trabalhar aqui e viemos todos juntos", diz Ana Tereza.
Para não mudar demais a vida dos filhos, Dinaura, sua mãe, resolveu morar em Sorocaba, onde as crianças - Ana Tereza tinha 12 anos nessa época - poderiam desfrutar da companhia de uma tia-avó, Oriene, e ter mais espaço para se divertirem. "Coincidência ou não, minha mãe veio trabalhar como enfermeira no Hospital das Clínicas e quando se cansou das viagens, pediu demissão no mesmo ano que eu entrei na UNIFESP e vim morar em São Paulo. Em questão de pouco tempo, fui trabalhar no mesmo hospital que minha mãe trabalhou", diz ela.
A escolha pela Fonoaudiologia aconteceu na oitava série, durante uma pesquisa sobre profissões pedida pela professora da escola em que estudava. "A profissão escolhida para mim foi Fonoaudiologia e fui pesquisar. Sempre gostei de trabalhar com crianças e quando descobri tudo o que era possível fazer sendo fonoaudióloga, tive certeza de que era isso que eu queria", lembra.

Hospital das Clínicas
A especialização dentro da carreira abraçada, no entanto, era um problema sério a ser resolvido. "Havia tantas possibilidades, eu não sabia por qual optar. Uma amiga viu o curso de aprimoramento do Hospital das Clínicas e resolvemos nos inscrever. Um dia antes, sofri um acidente de carro, quebrei o nariz e achei que não conseguiria prestar. Fui e passei. E não me arrependo!", comenta Ana Tereza.
Nesse curso, conheceu sua atual chefe, a fonoaudióloga Valéria Goffi. E encantou-se tanto com a profissional como com a pessoa que é. Outra profissional que a influenciou também foi a fonoaudióloga Cristina Ornellas, por quem Ana Tereza nutre muito carinho. "Continuei no Hospital das Clínicas no Curso Avançado em Audiologia e em Motricidade Oral. Quando o curso acabou, a Valéria me fez uma proposta - o Dr. Koji estava procurando uma fono que fosse experiente em implante coclear para trabalhar com ele futuramente no setor de convênio e ela havia me indicado. Apesar da minha pouca experiência, Valéria ofereceu para que eu ficasse como voluntária na equipe, aprendendo, com os exames de BERA nos candidatos ao implante coclear até se iniciarem os casos do convênio", lembra.
O voluntariado durou três anos, quando surgiu a vaga para trabalhar na Fundação Otorrinolaringologia. "A Valéria sempre me colocou em situações que eu tinha dúvidas sobre ser capaz de realizar e ela não. Isso me fez crescer muito! Já o mestrado, não consegui finalizá-lo tendo a Valéria como orientadora. Foi o Prof. Dr. Rubens Vuono de Brito Neto quem assumiu minha dissertação. Em outubro de 2010, quando defendi o doutorado, ouvi lindas palavras do Dr. Koji e da Valéria, a quem dediquei a tese", diz ela.

Rotina que ensina
O trabalho de Ana Tereza hoje, envolve, 100% o implante coclear. E se inicia no diagnóstico audiológico, continua na avaliação e protetização do paciente e finaliza na programação do processador de fala. "O nosso trabalho - somos uma equipe - é garantia de emoção diária! Nosso grupo é um dos maiores de implante coclear do Brasil e, com eles, tenho a oportunidade de trabalhar com pacientes candidatos e implantados em convênio e, também particular. Toda essa experiência gera várias publicações nacionais e internacionais e, só com a minha participação, temos cinco artigos publicados em revistas internacionais e dois, em nacionais", diz ela.
Há casos que marcam a fonoaudióloga profundamente. "Ouvir pela primeira vez depois de 20 anos emociona a todos nós. Assim como as primeiras palavras de uma criança, a conquista de ouvir ao telefone! Houve uma que me marcou muito. Um adulto, que perdeu a audição e a visão após um ferimento de arma de fogo, com perda profunda bilateral nos procurou. Ninguém havia indicado o teste com prótese auditiva. Na avaliação pré-implante, quando a primeira conduta foi a adaptação de próteses, ao ligá-las, ele começou a ouvir e entender o que estávamos falando com ele. Foi emocionante vê-lo ouvindo novamente. Esse homem tentava se comunicar com a família pelo tato, desenhando a palavra na palma da mão", conta a fono.

Vida em família
Casada desde 2010, Ana Tereza ainda ajusta seus horários para conciliar a vida profissional e familiar. "Gosto muito da vida em família e amo fotografia. Então, uno o útil ao agradável viajando nos finais de semana com meu marido e, juntos, tiramos fotos e montamos álbuns. É um desafio grande para todas as mulheres conciliar a vida profissional com a familiar. O mais importante, porém, é aproveitar o momento que estamos e tirarmos o máximo de experiências positivas dele", diz.
Ana Tereza vive um momento feliz em sua vida. E a profissão marca muito essa fase. Esse ano, além do Hearing - um congresso nacional criado sobre próteses totalmente implantáveis criado pelo Grupo de Implante Coclear HC-FMUSP -, o Grupo realizará o GICCA, um evento internacional que trará profissionais do mundo todo para discutir os procedimentos cirúrgicos, as pesquisas e o trabalho dos fonoaudiólogos do mundo todo com os avanços nos diversos tratamentos da surdez. "A iniciativa do Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento em trazer esse evento para São Paulo é admirável. Realizar um evento internacional como esse e ter toda a equipe de profissionais competentes ao lado dele é um trabalho de excelência! Será um sucesso com certeza. Estar no grupo do HC-FMUSP é estar atualizada! É ter a possibilidade de ir a congressos internacionais e participar, aprendendo, de procedimentos de outros grupos, de diferentes países. E trazermos outros grupos para que sintam o que está sendo feito aqui é muito bom. Esse é um trabalho que realiza qualquer bom profissional!", complementa Ana Tereza.
E finaliza: "O aprendizado com crianças pequenas, hoje, é essencial. É uma área que vem crescendo e é necessária, já que implantamos crianças cada vez menores. O trabalho da Fundação Otorrinolaringologia, através de cursos e congressos, é primordial. Sua divulgação é a chave para que a FO cresça mais, assim como assistimos o número crescente de inscritos em todos os eventos que ela realiza".