Andrea Felice dos Santos Malerbi nasceu em 23 de agosto de 1.980, em São Paulo, SP. Filha mais velha do casal Geni Rosa Felice dos Santos e Hélio Joaquim dos Santos, habituou-se desde pequena a ir, juntamente com seu irmão mais novo, depois da escola, para a casa da avó materna e, junto com uma prima da mesma idade, dividia suas tardes, entre estudar e brincar bastante no quintal da casa grande, com o cachorro Kelly um dos companheiros de infância. “Foi uma fase bastante feliz. Aos domingos, jantávamos tradicionalmente na casa da minha avó paterna, onde encontrávamos os tipos e primos por parte do pai, uma tradição que foi mantida até cinco anos atrás. Nos finais de semana, meus pais juntava os filhos e viajávamos para cidades do interior onde tinha lago, campo e fazíamos churrasco, propiciando a todos nós, um contato muito bom com a natureza. Nessa época, eu estudava no Colégio João XXIII, na Mooca. E, na adolescência no bairro do Ipiranga, onde morei desde pequena, fiz muitos amigos no prédio e me divertia andando de patins ou jogando vôlei na rua, naquela época”, lembra ela.
A escolha pela Medicina surgiu aos 15 anos de idade, quando estava no colegial. O avô materno tinha problemas cardíacos e era diabético e sempre comentava que faltava um médico na família. “Conforme ouvia meu avô dizendo isso, passei a me interessar em ajudar e, quem sabe, curar pessoas que sofriam com doenças crônicas como o meu avô. Quando estava no cursinho pré-vestibular, fiz um teste vocacional e o resultado era Ciências Biológicas. Acabei me firmando nessa escolha e não me arrependo. Faço o que gosto e tenho vocação!”, diz a médica.
Entrou na Faculdade de Medicina do ABC em 1999 e no quarto ano de faculdade teve 15 dias de estágio na Otorrinolaringologia. “No primeiro ano da faculdade, eu gostava muito de Anatomia e queria seguir alguma especialidade que tivesse cirurgia. No quinto e sexto anos, frequentei o centro cirúrgico e ambulatório da Otorrinolaringologia a convite do Dr. Fernando Veiga e da Dra. Priscila Bogar, que são ex-residentes e preceptores do HC-FMUSP – atualmente, são professores de ORL na Faculdade de Medicina do ABC. Entusiasmei-me ao assistir as cirurgias endoscópicas nasais e cirurgias de ouvido. Prestei a Residência Médica em Otorrinolaringologia e passei no HC-FMUSP, onde cursei essa especialização entre 2005 e 2008”, continua Dra. Andrea.
Bolsa no Exterior
Depois da residência médica, Dra. Andrea foi aprovada para realizar um estágio com ênfase em Otologia e Otoneurocirugia no Hôpital Beaujon em Paris, no serviço do Professor Sterkers, de março a outubro de 2008. De lá foi para o Instituto Portmann e Centro Hospitalar de Bordeaux, onde fez mais dois meses de estágio em Otologia. “Entre 2009 e 2011, fiz o Estágio de Complementação Especializada – Fellowship – em Cirurgia Otológica e da Base de Crânio no HC-FMUSP e durante toda a residência médica, despertei o meu interesse pela Otologia e pela cirurgia otológica. Atualmente, estou cursando o Doutorado em Otorrinolaringologia no HC-FMUSP sob orientação do Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, meu tutor, mestre e incentivador desde o período de residência médica”, comenta a otorrinolaringologista.
Médica assistente do Grupo de Otologia do HC-FMUSP e Supervisora da Enfermaria da Otorrinolaringologia, Dra. Andrea Felice tem histórias que marcaram sua carreira até os dias atuais. “Alguns casos me marcaram bastante. O primeiro foi o de um paciente que acompanhei diariamente, durante os seus três meses de internação por um câncer de laringe, logo no começo da residência médica. Ele era conhecido por estar mal humorado, mas, aos poucos, foi melhorando o seu estado geral e seu humor. Quando teve alta hospitalar, retornou uma semana depois para me dar um brinco de madrepérola feito por ele mesmo. Fiquei muito emocionada e feliz por ter cumprido o meu papel. Esses pequenos gestos ficam marcados para sempre na memória”, diz a médica.
Com três artigos publicados em revistas internacionais, autora de quatro capítulos de livro – um deles internacional –, Dra. Andrea Felice se emociona sempre em levar uma pessoa voltar a ouvir ou ouvir pela primeira vez. “É muito compensador poder participar ativamente desse processo e ver o progresso dos pacientes tanto crianças como adultos. Tenho, realmente, a sensação de poder ajudar a melhorar a vida de alguém”, diz.
Os novos tratamentos da surdez tem interessado a médica nessa etapa profissional. “Muitos dispositivos novos têm sido desenvolvidos por causa do avanço da tecnologia pra o tratamento da surdez. E isso me interessa muito. Sem falar na possibilidade de uso terapêutico de células tronco e terapia gênica que são alvo de grandes centros de pesquisa e uma boa promessa para o futuro tratamento da surdez”, comenta.
Rotina em família
Casada com Dr. Fernando Malerbi, oftalmologista, desde 2013, Dra. Andrea e o marido sempre procuram equilibrar o tempo dedicado às atividades profissionais para equilibrar a vida pessoa. “Como somos dois médicos, sempre nos policiamos para não deixar a vida profissional interferir demais em nossa vida familiar. Ainda não tempos filhos, mas estou grávida de uma menina. Logo mais, a família vai aumentar”, diz ela.
Viajar e viver novas experiências faz parte da vida da Dra. Andrea. Além de dançar e correr, dois hobbies que a ajudam diminuírem o estresse do cotidiano. Mas, mesmo assim, procura se manter atualizada para ministrar aulas e ajudar no que for necessário para manter a excelência técnica e de organização dos cursos e congressos promovidos pela Fundação Otorrinolaringologia.
“A FORL veio a engrandecer o aprendizado contínuo na Otorrinolaringologia. Tem importância fundamental na difusão e troca de conhecimentos entre os otorrinolaringologistas por meio dos cursos e congressos que organiza em âmbito nacional e internacional. Além disso, presta serviços assistenciais por meio de campanhas nos aproximam dos pacientes. É uma honra participar dessa equipe”, finaliza a médica.
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