PERFIL MÊS: DRA SIGNE SCHUSTER GRASEL

Otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas


16/12/2015 às 10:16

Nascida em 11 de agosto de 1.962, Dra. Signe é a filha do meio do casal Frohdhin Schuster e Marie Luise Schuster. “Quando tinha seis anos, minha família se mudou para Barcelona, Espanha. Tive uma infância muito feliz lá e com muita liberdade – podia andar de metrô sozinha. Aprendi pequena ainda, a velejar e juntos fizemos viagens à vela em família pela Costa Brava e para as Ilhas Baleares, às vezes em meio a tempestades que vinham do Golfo de Lyon. No barco, o trabalho em equipe é fundamental, pois pode significar a sobrevivência de todos a bordo. E, para navegar com segurança, era importante entender francês, já que a única fonte de informação meteorológica nessa época era a rádio francesa. A navegação era feita com carta, compasso e sextante”, lembra a otorrinolaringologista.

Signe tocava piano desde pequena e quando a família mudou de volta para Heidelberg, na Alemanha, percebeu que todos os alunos da sua sala de aula tocavam um instrumento e apesar de gostar muito de música, sentiu que não tinha vocação nem talento para a carreira de pianista. “ Decidi que queria ser médica aos 13 anos quando li a vida de Albert Schweitzer e seu hospital em Lambarene, na África. Fiquei impressionada com a determinação e o pioneirismo dele e queria seguir esse caminho”, diz ela.

Dra. Signe ingressou na Universidade de Heidelberg em 1982 e em 1985 na Universidade de Bonn e, nos estágios que os alunos são obrigados a fazer durante as férias escolares, optou por escolher outros países. “Fiz vários estágios em Paris junto a um cirurgião e urologista e gostei bastante da atividade cirúrgica. Meu primeiro doutorado, na Alemanha, foi nessa área. No internato, fiz o estágio cirúrgico na Universidade de Montpellier, no sul da França e meu estágio facultativo na Otorrinolaringologia na Alemanha, com uma equipe bem entrosada com bom ambiente de trabalho. Gostei tanto que acabei optando por essa especialidade”, relata.

 

 Brasil e novo doutorado

 A otorrinolaringologista chegou ao Brasil em 1989 e primeiro precisou aprender o português. Depois de oito meses em São Paulo, fez prova de residência médica e conseguiu passar na FMUSP e na Escola Paulista de Medicina. “Decidi-me pela USP apesar de não conhecer ninguém, mas logo fiz novos amigos entre os colegas de residência e estamos próximos até hoje, apesar de vários terem se fixado em cidades e estados diferentes. A revalidação do diploma médico tinha demorado três anos e a perspectiva de mais uma peregrinação burocrática para revalidar meu doutorado na Alemanha, me incentivaram a fazer meu segundo doutorado na USP, concluído em 1.998”, lembra a médica.

Atualmente, Dra. Signe trabalha com a equipe de eletrofisiologia no HC-FMUSP, junto a Dr. Edigar e Dr. Roberto. “Sinto-me privilegiada em poder contar com dois colegas extremamente competentes e humanos. Além de ter o verdadeiro espírito de trabalho em equipe, estão sempre bem humorados, inspiram e motivam os  jovens colegas, deixando o ambiente de trabalho leve e descontraído. A sala do BERA é a sala mais feliz do hospital, como disse uma vez um pós-graduando. É gratificante poder trabalhar junto aos residentes e fellows, sempre dedicados e alegres e vê-los progredir e evoluir como médicos e seres humanos ”, diz ela.

O trabalho em equipe da equipe que a Dra. Signe participa dá frutos positivos. Somente nesse ano, foram 4 publicações em revistas internacionais e nacionais e dois capítulos em livros. “Ninguém consegue nada sozinho. O trabalho em equipe traz muitos frutos. Conseguimos, inclusive, um vídeo inédito sobre eletrococleografia em site sediado na Dinamarca. Uma alegria para todos nós”, comenta.

               

 Vida em família

Casada há mais de 25 como o radiologista Dr. Claus, Dra. Signe tem dois filhos, com 20 e 17 anos, que estudam nos EUA. “Além do HC, atuo em consultório particular no Morumbi. Como para todos os médicos, a jornada é longa e conciliar hospital, consultório e vida particular é um desafio sempre. Gosto de esportes, pratico corrida, bicicleta e musculação. Quando surge a oportunidade, adoro embarcar em barco a vela, não importa o tamanho. E adoro literatura. Costumo ler romances e contos”, diz ela.

Além de tudo isso, Dra. Signe também faz parte da Fundação Otorrinolaringologia. “A Fundação desempenha um papel fundamental nas atividades assistenciais, ensino e pesquisa. E sem o apoio da FORL não seria possível realizar esse trabalho. Graças ao Prof. Ricardo Bento, sempre incentivando projetos novos na fronteira do conhecimento em todas as áreas, a Clínica Otorrinolaringológica consegue realizar pesquisas e campanhas educacionais reconhecidas dentro e fora do Brasil”, diz ela.

E conclui: “O Congresso da FORL atrai cada ano um maior número de participantes que reconhecem o altíssimo nível das palestras, painéis e mesas redondas com foco no dia a dia do médico e, para muitos é o principal congresso de otorrinolaringologia no Brasil. A FORL também apoia uma série de cursos, como o tradicional Curso de Potenciais Evocados Auditivos, que será ministrado novamente nos dias 16 e 17 de maio de 2016. Todas essas atividades são essenciais para o desenvolvimento da ORL no Brasil”.