PERFIL MÊS: PAOLA ANGELICA SAMUEL

Fonoaudióloga do Hc-Fmusp


14/01/2016 às 08:29

Nascida em São Paulo, em 28 de setembro de 1.986, Paola Angelica Samuel é filha do casal Helio e Conceição Aparecida Samuel. Criada na Vila Formosa, Paola tem um irmão mais novo, André, cúmplice de muitas brincadeiras infantis no sobrado com jardim enorme e muitas plantas, onde cresceu. “Na infância, nossa maior diversão era inventar histórias, montar acampamentos no jardim, além de jogar videogames. Minha ligação com o bairro é tão grande que continuo morando lá. E a cumplicidade com meu irmão, hoje, engenheiro mecatrônico, continua a mesma”, diz a fonoaudióloga.

Estudou no Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração, onde teve excelentes professores e fez amizades que mantém até hoje. “No final do ensino médio, em 2003, recebi dos professores a indicação para uma bolsa de estudo em um cursinho pré-vestibular, uma experiência essencial, pois pude rever conceitos de forma primordiais para o vestibular”, comenta.

Paola sempre quis seguir uma carreira em que pudesse trabalhar com comunicação e com pessoas. A área de Ciências Biológicas a atraía desde criança e gostava de estudar Biologia, querendo sempre conhecer como funcionava o corpo humano. “No final do ensino médio, tive contato com uma aluna de um curso de Fonoaudiologia, que me apresentou as áreas de estudo e me deixou literalmente encantada. Saí daquela conversa certa de que seria fonoaudióloga”, lembra Paola.

Durante a época dos vestibulares, matriculou-se em um cursinho pré-vestibular para cursar em 2004. E surpreendeu-se com a aprovação no vestibular para o curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. “Foi uma imensa felicidade. Ingressei na faculdade em 2004 e devo tudo aos esforços dos meus pais, pois a faculdade era paga”, diz Paola.

 

Escolhas dentro da profissão

No início do segundo ano da graduação, Paola se identificou as áreas de Audiologia e Linguagem. “Gostava do diagnóstico audiológico, do desenvolvimento de linguagem e logo me interessei pela área da deficiência auditiva. Me matriculei em um curso de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – e fiz minha inscrição em estágios da faculdade que abordavam a linguagem de pacientes auditivos fluentes em LIBRAS”, conta a fonoaudióloga. Já o trabalho de conclusão de curso foi feito com idosos usuários de próteses auditivas e, segundo ela, tanto os professores quanto a orientadora influenciaram-na positivamente para a escolha da área.

No final da graduação, Paola prestou provas para especializações nas áreas de Audiologia e Linguagem, inclusive para Aprimoramento em Implante Coclear do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Eu quase não tinha experiência com implantes cocleares, mas a possibilidade de poder atuar dentro das áreas que eu mais gostava e, ainda, dentro do Hospital das Clínicas, me deixou fascinada!”, disse.

Paola sentiu-se muito realizada ao ser aprovada no Aprimoramento em Implante Coclear, em 2008. Em 2009, foi convidada pelo Dr. Robinson Koji Tsuji e pela fonoaudióloga Valéria Goffi para assumir o fellow em implante coclear e, em 2010, recebeu a proposta de contratação pela Fundação Otorrinolaringologia. “Desde que comecei a atuar no Grupo de Implante Coclear HC-FMUSP, em 2008, cada dia é um dia de novos conhecimentos, experiências e grande aprendizado. Cada paciente tem uma história, uma característica, novos desafios e muitas conquistas. É um aprendizado constante”, comenta.

Em abril de 2015, defendeu a dissertação de seu Mestrado (Teleprogramação dos Sistemas de Implante Coclear), com a orientação do Prof. Dr. Rubens Vuono de Brito Neto e total apoio e colaboração da Valéria e Dr. Koji. “Devo toda a minha trajetória dentro da equipe a eles”, diz.

               

Trabalho com emoção

Paola Samuel, atualmente, participa da adaptação de próteses auditivas junto aos pacientes da equipe, auxilia no processo de avaliação pré-operatório, testes intra-operatórios, ativação do processador de fala e acompanha vários pacientes implantados. “Há uma dose grande de emoção em tudo o que é feito pelo Grupo de Implante Coclear HC-FMUSP. O diagnóstico, as orientações, adaptação de próteses auditivas, avaliação fonoaudiológica, o preparo pré-operatório, a participação nos testes intra-operatórios, a ativação e o acompanhamento são únicos. É gratificante acompanhar a evolução de cada paciente, poder contribuir para seu desenvolvimento e, mais ainda, poder ter o retorno de que nossa equipe realiza um excelente atendimento. Tudo isso torna o trabalho mais gratificante e cria uma dedicação maior nessa área”, comenta a fonoaudióloga.

A tecnologia é um dos grandes interesses de Paola Samuel, sejam em próteses auditivas ou em implantes cocleares. “Na minha dissertação de mestrado, estudei a possibilidade da programação remota dos processadores de fala. Esse é um assunto que chama muito a minha atenção. Acredito que a tecnologia ainda pode evoluir muito em prol dos nossos pacientes”, afirma.

Noiva de Mauricio, com quem namora há cinco anos, afirma ser um desafio conciliar a rotina de trabalho com a família e o lazer e consegue, ainda, ter dois hobbies – a leitura e a prática da corrida. “Acredito que a atividade física é sempre um presente para o corpo e para a mente, pois esses momentos fazem com que se desligue das preocupações cotidianas”.

“Gosto muito do que faço e devo toda a minha experiência em implante coclear a essa equipe! Aqui tenho muitas oportunidades, incentivo para estudos, participação em congressos nacionais e internacionais, além da prática. A integração dos profissionais da nossa equipe é um grande diferencial. Temos a oportunidade aprender com a vivência de cada um. É uma soma muito importante! A Fundação Otorrinolaringologia faz um importante trabalho, principalmente na divulgação de temas atuais e realização de e apoio a eventos e cursos promovidos pela equipe!”, finaliza Paola Samuel.