Caçula de três irmãos – e considerada a mais sapeca da família – Dra. Raquel Salomone lembra, com carinho, de sua infância: “Sou oito anos mais nova que meu irmão, Ricardo e cinco anos mais nova que minha irmã, Renata e, sem dúvida, aquela que adorava emoções. Na infância e na adolescência, andei de skate, joguei futebol e até fui companheira de time da Milene, ex-mulher do Ronaldinho” diz a médica.
Filha do casal Nelci Galdeano Salomone e Nivaldo Bertolucci Salomone, Raquel nasceu em 16 de junho de 1978, em São Paulo. Os pais, durante a infância, apesar de trabalharem na área da saúde – sua mãe formada em odontologia na USP Ribeirão Preto e o pai, médico, também formado na mesma faculdade –, não influenciaram a primeira escolha da filha. “Na infância, eu queria ser arqueóloga! Na verdade, egiptóloga. Só na adolescência, com provável influência do meu pai, surgiu a medicina”.
Formada na UNIVÁS – Universidade do Vale do Sapucaí, Dra. Raquel terminou o curso em 2002 e, assim que terminou a residência, em 2006, entrou no HC-FMUSP para fazer fellow de cirurgia otológica de base de crânio. “Fui a primeira mulher no programa de fellow de cirurgia otológica quando era apenas um formando por ano. Quando terminei, fiquei como médica voluntária do Ambulatório de Paralisia Facial Periférica, no qual continuo até hoje e fiz o doutorado na linha de pesquisa de regeneração do nervo facial com células-tronco. Terminei o doutorado em 2012 e comecei o pós-doutorado na mesma linha de pesquisa, já na fase final”, continua a médica.
Dra. Raquel fez residência no CEMA e vários estágios, principalmente de neurofisiologia clínica, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. “A área que mais me interessou na otorrinolaringologia foi, sem dúvida, a otologia. Dentro dela, o estudo do nervo facial é o que mais me dedico. Também me identifiquei com a possibilidade de monitorização neural no intra-operatório, algo que não conhecia e, hoje, sou fascinada”, diz ela.
Com 15 trabalhos publicados, sendo sete deles em revistas internacionais, Dra. Raquel lembra-se da primeira cirurgia de implante coclear que fez. “Liguei para várias pessoas – minha avó, minha mãe, meu marido, meus ex-professores. Estava muito feliz. Poder ajudar a melhorar qualidade de vida dos pacientes é muito bom. Sei que isso marca a vida deles e me emociona durante meu trabalho”, comenta.
Células-tronco
Médica voluntária do Ambulatório de Paralisia Facial Periférica e otorrinolaringologista contratada pela Fundação Faculdade de Medicina, Dra. Raquel também realiza monitorizações intra-operatórias em alguns casos cirúrgicos. “Há vários assuntos que me interessam muito, atualmente. Mas, as células-tronco e a gama de possibilidades que possuem, além de sua versatilidade, me despertam muito interesse. Acredito que todos esses avanços vão auxiliar o trabalho de todos nós, médicos. Fora isso, os dispositivos eletrônicos e novos materiais que possibilitam a regeneração do nervo e tecidos também atraem muito a minha atenção”, diz ela.
Casada há dez anos com o Dr. Mario Ribeiro Neto, radioterapeuta do Hospital das Clínicas, o casal optou por não ter filhos quando começaram a namorar há 17 anos. “O fato de sermos os dois médicos, com certeza, ajuda o nosso relacionamento. Principalmente na compreensão em trabalhar em fins de semana, feriados, ausência de férias, etc. Porém, procuro, ao máximo, deixar o assunto – medicina – fora de casa”, diz ela.
Viajar para lugares frios e pouco conhecidos são um dos hobbies da Dra. Raquel. “Não gosto de lugares cheios e adoro esquiar. Recentemente, iniciei a praticar triátlon. Por ser muito prazeroso, considero a pesquisa como hobby e, se pudesse, não hesitaria em viver só de pesquisas”, continua a médica.
Fundação Otorrinolaringologia
Ganhadora do Prêmio CAPES de Tese de 2013, melhor trabalho científico e Prêmio Jovem Cientista no Congresso Mundial de Otorrinolaringologia, Dra. Raquel afirma ser uma honra trabalhar com a Fundação Otorrinolaringologia.
“A FORL é impressionante! A dimensão que tem, todos os ramos que abrange, tudo o que consegue fazer desde cursos, pesquisas, biblioteca, revistas! É um fenômeno na otorrinolaringologia brasileira. E tem uma grande vantagem: se você tem uma boa ideia pode levar até seu grupo diretor, que será ouvido. Isso não tem preço! Acho que estimulando um pouco mais as pessoas a se abrirem com novas ideias, o crescimento da Fundação Otorrinolaringologia está garantido”, finaliza a médica.
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