PERFIL MÊS: ANA CRISTINA HIROMI HOSHINO

Fonoaudióloga do Grupo de Implante Coclear Hc-Fmusp


24/06/2016 às 15:21

Fonoaudióloga do Grupo de Implante Coclear HC-FMUSP, com 25 anos de formada pelo Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ana Cristina Hiromi Hoshino é a filha mais nova do casal Saburo e Hiroco Hoshino. “Minhas lembranças da infância são de brincadeiras na rua com amigos, com meus irmãos em casa – tínhamos um porão que era nosso ‘campo de batalha’, guerra de estilingue com mamonas, empinar pipa no telhado, acompanhar meus irmãos nos campeonatos de judô e torcer muito! Já os finais de semana eram dedicados às visitas aos meus avós até entrar no Colégio Bandeirantes. Daí para frente foram muitos finais de semana estudando! E isso não mudou até hoje...”, diz ela.

                Depois da graduação, Ana Cristina foi trabalhar com terapia. “Atendia, principalmente, crianças com atraso de linguagem e alterações de fala. Com a perspectiva de me mudar para o Rio de Janeiro – meu marido é carioca --, comecei a estudar mais sobre Audiologia. Fiz o Curso de Especialização na área e comecei a trabalhar em clínicas de Otorrinolaringologia”, lembra a fono.

Nessa fase, Ana Cristina conheceu muitos profissionais que ajudaram no amadurecimento de sua carreira. “Tive contato com pessoas maravilhosas, que foram muito importantes para meu amadurecimento profissional, que me apoiaram e acreditaram no meu potencial, mesmo ainda começando na Audiologia”, diz ela.

Depois de alguns anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi trabalhar em clínicas particulares. “Passei no concurso para professor substituto na Faculdade de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fiz meu mestrado e quando estava terminando meu doutorado em Saúde Pública no Instituto de Estudos em Saúde Coletiva – IESC – da UFRJ, voltei para São Paulo. Estava, nessa época, aprendendo sobre o implante coclear e tive a oportunidade de acompanhar a equipe por um ano e após, receber o convite para trabalhar no Grupo”, comenta.

 

Momentos que marcam

Durante o projeto de doutorado, Ana Cristina foi avaliar o impacto da exposição ao mercúrio no sistema auditivo central. “Para isso, juntamente com um grupo de pesquisadores do InPetam, fui até Rondônia, viajamos de barco, descemos o Rio Madeira e visitamos uma comunidade ribeirinha chamada Puruzinho. Foi uma aventura maravilhosa! Conviver e aprender a viver com pessoas que não tem sequer geladeira e fogão é uma experiência de vida indescritível. É outro olhar para a vida!”, afirma.

Para Ana Cristina, a primeira ativação de uma paciente que havia ficado surda foi outro momento emocionante. “Ela nunca tinha ouvido a voz da filha. Quando reconheceu a filha chamando-a de mãe, choramos juntas!”

Outro momento de muita emoção na sua carreira foi falar no Congresso em Toronto. “Apresentei nosso trabalho de telemetria neural. Como disse meu amigo: ‘É muita emoção você apresentar seu trabalho para suas referências bibliográficas! Todos os principais pesquisadores do mundo nessa área estavam sentados na plateia me ouvindo! Foi um misto de alegria e medo! Uma lembrança para a vida toda!”, comenta.

Vida em família

Casada há 14 anos com Dario Saba, um carioca maravilhoso, segundo sua própria definição, Ana Cristina é mãe de uma linda menina de 11 anos, Gabriela. “Família só me dá alegria! A divisão do meu tempo nem sempre é muito justa. Acho que o trabalho consome a maior parte do meu tempo. O trabalho não acaba quando saímos do hospital. Muitas vezes faço a evolução de todos os atendimentos do dia à noite, escrevo relatórios para outros profissionais, respondo e-mails de pacientes e ainda tenho que estudar! Mas não abro mão de compartilhar o jantar e parte do fim de semana com minha família”, diz.

E finaliza: “Mudar para Audiologia, morar no Rio de Janeiro e, atualmente, trabalhar com o Grupo de Implante Coclear do HC-FMUSP não foi nada planejado, nem estrategicamente construído. Muitas vezes, não entendemos os caminhos que percorremos, mas acredito que todo o conhecimento que adquirimos é válido e não será e vão. Todos que eu conheci, de alguma forma, tem um papel importante na minha vida. Agradeço a todos pelo aprendizado. Trabalhar com o Grupo de Implante Coclear HC-FMUSP é muito gratificante. Aprendo todos os dias com a equipe e com os pacientes. É um aprendizado de vida! Trabalho feliz!”